segunda-feira, 27 de abril de 2009

Diario da vovó Neusa

BAÚ DE LIVROS – 2
Continuo subindo na escada para remexer no meu Baú de livros. Estes são apenas os que estão “escondidos” todos os outros, e são muitos, estão espalhados pela casa.
Nessa segunda subida –que demorou porque não subo em escada a não ser que tenha gente em casa. Tenho medo de cair e se isso acontecer acabaram as andanças pela cidade, os cursos, os concertos... – resgatei as coleções de Julio Verne. Preciosidades em uma edição de 1966 ilustrada por Salambô.Para quem não sabe:Júlio Verne nasceu em 1828 — e morreu em 1905 .Foi um escritor francês. É considerado por críticos literários o precursor do gênero de ficção científica, tendo feito predições em seus livros sobre o aparecimento de novos avanços científicos, como os submarinos, máquinas voadoras e viagem à Lua.A primeira grande novela de sucesso de Júlio Verne em 1862, foi o relato de viagem à África em balão, intitulado Cinco semanas em um balão. Essa história continha detalhes tão minuciosos de coordenadas geográficas, culturas, animais, etc., que os leitores se perguntavam se era ficção ou um relato verídico. Na verdade, Júlio Verne nunca havia estado em um balão ou viajado à África. Toda a informação sobre a história veio de sua imaginação e capacidade de pesquisa.Seguiu-se Vinte Mil Léguas Submarinas, Viagem ao centro da terra, A volta ao mundo em oitenta dias, Da terra à lua, Robur - o conquistador............Até hoje Júlio Verne é o escritor cuja obra foi mais traduzida em toda a história, com traduções em 148 línguas, segundo estatísticas da UNESCO, tendo escrito mais de 70 livros.Nos seus últimos anos, Julio Verne escreveu muitos livros sobre o uso errôneo da tecnologia e os seus impacto ambientais, sua principal preocupação naquela épocaAlguns de seus livros:
Viagem ao centro da Terra
Da Terra à Lua
Os Filhos do capitão Grant
Vinte Mil Léguas Submarinas
A Volta ao Mundo em Oitenta Dias
A Ilha Misteriosa
Miguel Strogof –o correio do Czar
As Atribulações de um Chinês na China
Etc. etc. etc.etc....Do conjunto das obras de Júlio Verne, trinta e três foram levadas ao cinema, dando lugar a um total de noventa e cinco filmes, sem contar com as adaptações para séries de televisão. A obra mais vezes adaptada foi Miguel Strogoff (dezesseis vezes), seguida de Vinte Mil Léguas Submarinas (nove vezes) e Viagem ao Centro da Terra (cinco vezes).E da mesma maneira que fiz com as obras de Monteiro Lobato, também fiquei dependurada na escada folheando vários dos livros de Julio Verne. São todos encadernados em vermelho com ilustração e títulos de capa em dourado. Um luxo. Tenho três coleções completas (32 volumes) e eles nunca estão superados. Delicia de ler.Diz no livro que a ilustração é de Salambô, mas não encontrei nadinha sobre esse ilustrador. Se alguém souber, por favor, me passe. Por enquanto só posso colocar uma ilustração dele para “ilustrar” do livro "Cinco semanas em um balão"Escondidinhos lá no fundo, três grandes volumes vermelho escuro, destacando-se dos muitos Julio Verne, estão as Fábulas de La Fontaine com ilustração de Gustave Dorée. Também preciosidades.Seguem alguns dados de La Fontaine. Afinal um pouco de cultura nunca é demais.Jean de La Fontaine nasceu em 1621 - e morreu em 1695) Foi um poeta e fabulista francês.No período de 1664 a 1674, ele escreveu quase todas as suas obras. Nas suas fábulas, contava histórias de animais com características humanas.A sua grande obra, “Fábulas”, escrita em três partes, no período de 1668 a 1694, seguiu o estilo do autor grego Esopo, o qual falava da vaidade, estupidez e agressividade humanas através de animais.La Fontaine é considerado o pai da fábula moderna.Gustave Doré nasceu em 1832 — e morreu em 1883. Foi um pintor, desenhista e o mais produtivo e bem-sucedido ilustrador francês de livros de meados do século XIXFez as ilustrações de A Divina Comédia, mas sua paixão eram mesmo as obras literárias. Ilustrou mais de cento e vinte obras, como os Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes (1863);O Paraíso Perdido, de Milton; Gargântua e Pantagruel, de Rabelais; O Corvo, de Edgar Allan Poe; a Bíblia;; contos de fadas de Charles Perrault, como Chapeuzinho Vermelho, O Gato de Botas, A Bela Adormecida e Cinderela, entre outras obras–primas.Ilustrou também alguns trabalhos do poeta inglês Lorde Byron, como As Trevas e Manfredo.Gustave Doré morreu aos 51 anos, deixando incompletas suas ilustrações para uma edição não divulgada de Shakespeare, entre outros trabalhos.De um de seus livros escolhi uma fábula conhecida para transcrever. Nela está a beleza da poesia e a lição que se tira desses escritos. E uma imagem da ilustração de Dorée
A CIGARRA E A FORMIGATendo a cigarra em cantigasFolgado todo o verãoAchou-se em penúria extremaNa tormentosa estaçãoNão lhe restando migalhaQue trincasse, a tagarelaFoi valer-se da formiga,Que morava perto dela.Rogou-lhe que lhe emprestasse,Pois tinha riqueza e brioAlgum grão com que manter-seAté voltar o aceso estio.A formiga nunca empestaNunca dá, por isso junta.”No verão, em que lidavas?”À pedinte ela pergunta.Responde a outra: “Eu cantavaNoite e dia a toda hora.”_ “Ah! Bravo! _ torna a formiga -”.Cantavas? Pois dança agora!”“.Tradutor do texto clássico – BOCAGEA ilustração de Doré desta fábula é bastante elaborada e precisa de muita interpretação para se relacionar ao texto.
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Segunda-feira, 13 de Abril de 2009

MEU BAÚ DE LIVROS - 1
Meu baú de livros – na verdade não um baú, mas um maleiro – foi acessado ao acaso. Surpresa. Encontrei nele preciosidades: as coleções de Julio Verne e a coleção completa de Monteiro Lobato com ilustração de André Lê Blanc. e junto vieram as Fábulas de La Fontaine com ilustração de Gustave DorèQuem gosta de livros pode avaliar o quanto significou esse encontro porque somou o prazer de poder manusear novamente volumes preciosos com a lembrança que eles me trouxeram.Menina ainda, pelos meus sete oito anos me acostumei a ver na minha casa apenas dois livros: Geografia Geral e Antologia Nacional. No primeiro, pelas fotos fiquei com a idéia subconsciente de que todos os paises eram cinzentos, lúgubres e tristes porque nas edições em preto e branco e sem muita definição, era essa a impressão que passava. Ainda não tinha conhecimento suficiente para extrapolar. No segundo livro li pela primeira vez a poesia de Casemiro de Abreu “Meus Oito Anos”.Aos 10 anos chegou como brinde para meu pai um livro de capa marrom -Thelma – A Princesa da Noruega e este foi o primeiro romance que eu li. Falava muito do país do sol à meia noite, de amores de uma época e nunca esqueci. Romance romântico mesmo. Sumiu, nem em sebos se encontra. Mas uma amiga que se chamava Thelma por causa do romance tinha o livro e me emprestou. Foi há dois anos e a segunda leitura foi decepcionante. Claro. Não teve o sabor de primeiro livro e de uma pré-adolescencia. O estilo, as descrições, o romantismo forçado não me agradaram. Pelo menos esse mito que durante 60 anos me acompanhou, desmoronou.Os livros de escola eram poucos. Tínhamos mesmo cadernos com conteúdos de aulas passados à limpo em casa.Mesmo na Faculdade, estudava-se na Biblioteca porque os livros eram caros.Ayrton com quem me casei, vinha de uma família de cultos. Meu sogro dizia que uma casa que não tinha dicionário nem jornal “era casa de uma família de burros” Falava com todas as letras.Depois da novidade dos filhos, quando o tempo já era um pouco maior e as disponibilidades financeiras também, começamos a comprar livros e não paramos mais. Tínhamos verbas separada para eles e até um “personal” vendedor que sabia quando acabávamos de pagar uma coleção e nos oferecia outra. Assim foram as Barsas, Tesouro da Juventude...Ayrton tinha esse nome porque o pai gostava muito de Monteiro Lobato e em um de seus livros “O Presidente Negro” o personagem principal tinha esse nome: Ayrton (com Y mesmo). O Ayrton também gostava porque na casa dele todos os livros eram lidos, relidos e trilidos.Assim, uma das primeiras coleções que compramos foi a de Monteiro Lobato ainda da Editora Brasiliense. 30 volumes divididos em Literatura Geral e Literatura Infantil e ilustração de André Lê Blanc que com traços simples caracteriza perfeitamente o personagem. Um haitiano quem morou muit0 tempo no Brasil e entre muitas outras ilustrou toda a coleção de Lobato publicada em 1947, Eu tenho a coleção editada em 1956.Veja Emilia e o Visconde de Sabugosa no traço simples e firma de le BlancFolhando os livros encontrados, ainda pendurada na escada comecei a reler. E não deu para parar. Os meus preferidos: A Chave do Tamanho em que a travessa Emilia reduz temporariamente o tamanho dos seres humanos, e A Reforma da Natureza quando no laboratório do Visconde Emilia transforma animais como a “inventada” noventaequatropéia, uma centopéia que perdeu 6 pernas, e que hoje diríamos mutante. E por aí a fora nos livros infantis. A noventaequatropéia da EmiliaNos livros de Literatura Geral, verdadeiras jóias que merecem ser sempre lidas como A Onda Verde e O Presidente Negro, este atualíssimo. É um nunca acabar.E cheguei ao Julio Verne e La Fontaine. Mas esses ficam para outra vez.
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Domingo, 5 de Abril de 2009

CRODOWALDO PAVAN - UMA ALUNA E SEU PROFESSOR
Neste três de Abril de 2009, morre o prof. Pavan. Ele era quase um paulistano. Afinal, Campinas fica logo ali. Mas é uma referencia para São Paulo e para a UniversidadePodia ter esperado um pouquinho mais – seis meses – e teria completado os 90 anos.Seu necrológio será publicado á exaustão, suas fotos cansarão olhares, sua trajetória profissional será repetida e repetida e repetida.Mas estas serão letras sobre um jovem professor e tempos de convivência de um professor com uma aluna que estava começando a se acostumar com o meio universitário.Em 1948 entrei para a Universidade de São Paulo, que funcionava não no belo campus que temos hoje, mas em um palacete de moradia – O Palacete Glette.1948 – 1949 foram anos de Zoologia e Botânica e em 1950 subimos para o sótão do Palacete para as aulas de Biologia com o prol André Dreyfus e seus assistentes Rosina de Barros, Crodowaldo Pavan e Antonio Brito da Cunha.
Espaço acanhado, os microscópios quase se tocando, mas com a competência do prof .Dreyfus, o entusiasmo e seus assistentes e a nossa vontade de aprender chegamos a conhecer bem a célula e os cromossomos. Só até ai. DNA era um conceito apenas. Só depois de 1950 é que se tornou realidade.Poucos alunos – minha turma tinha apenas cinco – espaço pequeno, a conseqüência maior era a proximidade entre alunos e professores. Proximidade que gerava amizades pessoais.Nesta foto, que é uma preciosidade embora de baixa qualidade, dá para perceber o relacionamento na época. A foto é de 1950, mostra a minha pequena turma (5), o prof.Dreyfus e na frente, com a juventude explodindo, Crodowaldo Pavan.Sempre cruzávamos nas alamedas do Palacete Glette o assistente Pavan e com ele sua esposa Lourdes, antes química e depois Psicóloga na sua segunda opção profissional. Morreu cedo, mas deixou nome de referencia na Psicologia.Crodowaldo Pavan sempre foi Biólogo, Geneticista e foi com ele que eu fiz minha especialização em Genética de Populações para a licenciatura em História Natural. Foram nas suas aulas que as mosquinhas -da- banana, as drosófilas, me foram apresentadas.50 anos se passaram em que apenas noticias de seus sucessos profissionais chegavam até mim. Só lecionei e não freqüentei nesse tempo os meios acadêmicos.Voltei a encontra-lo em uma palestra sobre os 50 anos da descoberta e dos estudos do DNA. E na minha volta à USP o ambiente proporcionou novos encontros. Em muitos eventos em que nos víamos sempre havia um contato pessoal, algumas palavras trocadas.Em 2006 pude abraçá-lo quando recebeu o titulo de Guerreiro da Educação e nas suas palavras de agradecimento ainda falou com entusiasmo das pesquisas em que estava envolvido, algo como célula tronco e gema de ovo.A ultima vez que o vi, em 2008 já com 88 anos, foi no ônibus da USP, quando ele subiu firme e seguro e por circunstancias outras sentou-se ao meu lado. Sempre me reconhecia, sempre falava alguma coisa da nossa época, nunca com saudosismo. Era uma ligação do agora com um tempo da Biologia da Glette.Desses tempos já cumpriram seu ciclo vital o Prof. Dreyfus, em fevereiro de 1952 (dia de nossa formatura), Rosina de Barros e agora Crodowaldo Pavan. De um tempo, de uma escola Antonio Brito da Cunha, o Totó Cunha para nós ainda empunha o bastão da vida.Não fui ao velório. Não gosto. Prefiro a celebração da vida. E as minhas homenagens são estas lembranças de Crodowaldo Pavan com seu espírito humanitário, como “meu” ‘ professor amigo.
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Quarta-feira, 1 de Abril de 2009

MARÇO MUSICAL DA VOVÓ NEUZA
Sala São Paulo em 7 de março começa o ano com novo maestro, substituindo John Neschling. Muito movimento em torno da saída desse maestro. Competência à parte comportamentos inadequados geram atritos e mudanças. Agora é Yan Pascal Tortelier um francês na cidade (alguma ligação com o ano da França em São Paulo?)Gostaria de ter ido a essa primeira apresentação onde o novo maestro certamente deu tudo e mais um pouco de si. Não pude e não posso. Sem companhia é difícil. . Dependo de gastos que não posso fazer.Então, leio os jornais. Confio em críticos de hoje como confiava em Enio Squeff na década de 80 (saudades de suas criticas precisas. Hoje é um artista plástico).
Diz Arthur Nestrovsky da execução do Hino Nacional com abertura da temporada. Se estivesse lá, teria tremido nas bases.Isso me lembrou (sempre os ganchos da memória) uma certa noite, na praça Luiz Carlos Paraná onde a Phillips que patrocinava um concerto para convidados no Municipal, montou uma tela gigante ao ar livre para que os aficcionados pudessem ver e ouvir a Concertgebouw de Amsterdam. E o primeiro numero foi o Hino Nacional. Poucas vezes senti emoção igual. Foi há mais de 20 anos. 30 talvez.Ainda Nestrovsky comenta os aplausos do publico e quando o maestro faz sinal aos músicos que se levantem, ninguém se mexeu. Insistiram em ficar sentados, batendo palmas e pés e deixando ao maestro viver sozinho seu momento de gloria.Lauro Machado Coelho comentou detalhes detalhados da peça de Elgar, Variações Enigma e da impecável leitura da Sinfonia nº 2 de Rachmaninov que “requer do regente uma visão orgânica e um grande senso de equilíbrio”É o jeito que encontro de acompanhar grandes apresentações. Não a melhor, mas a possível.No dia 8 de março voltam os concertos dos domingos. Agora, o Municipal está em reforma e os espetáculos se transferem para a Sala Olido.Teatro pequeno – 299 lugares apenas -, bom para pequenas formações, recebeu a Orquestra Sinfônica Municipal para o primeiro concerto do ano. Não posso opinar da acústica. Não tenho ouvido para iso e me satisfaço com o que posso. Procuro captar ao máximo os sons.Maestro Martin Tuksa o spala da orquestra. Simpático com um sorriso fazendo parte do rosto. Chega com esse sorriso e o resto vem sozinho.
Haydn dividindo o programa com Beethoven. Começando com Haydn em um concerto de trompete (lembro do dia em que assisti a um solo de trompete com Maurice André –então o maior trompetista dos meios musicais. Foi em 16 de maio de 1982 – tempos musicais perfeitos para nós) e terminando com Beethoven e sua sinfonia nº 1 a mais mozarteana delas.Já na rotina dos concertos de domingos, de novo na sala Olido no dia 22. Muita gente descobriu o espaço lotando o novo teatro. Um programa diferente apresentou o Coral Lírico Municipal, um primor de sonoridade. Mário Zaccaro brilhou na condução do coral. Bastante variado – desde canções de Brahms a coros conhecidos de óperas - com narração didática apresentou uma acústica muito boa do teatro. Opinião minha, sem conhecimentos técnicos.Dia 27, agora ainda no Olido, às sextas feiras e em um novo horário –19,30h – nova rotina de concertos. Para mim, perfeito.Posso circular sozinha pela cidade sem problemas. Valeu, para ouvir uma sinfonia Concertante de Mozart, irmãos tocando violino e viola e para encerrar uma Sinfonia de Schumann. Para um final de trabalho semanal nada melhor.O teatro continua bom, e cada vez mais cheioAinda o mês não terminou.No domingo 29, de novo no Olido, Liszt muito pesado, com uma orquestração que admiro, mas onde não consigo encontrar melodia.
Tchaikovsky equilibra, com uma peça pouquíssima conhecida; mostra a genialidade da orquestração, mas não deixa de mostrar um pouco de melodia.E o maestro estava com maior empatia com o publicoTempo de “respirar” e nesse mesmo domingo no MASP o concerto da OCAM. Um romeno de rosto expressivo e risonho foi o solista de contrabaixo, um instrumento que pouco se conhece para solo. Foi extraordinário, muito aplaudido, voltou várias e várias vezes ao palco depois de um concerto de Haydn para violoncelo adaptado para contrabaixo. Esse solista responde pelo nome de Catalin Rotaru.Encerrei aqui meu trimestre musical.
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Terça-feira, 31 de Março de 2009

MUSICA EM MINHAVIDA - JANEIRO E FEVEREIRO DE 2009
Os dois primeiros meses do ano em termos de musica erudita que é a que eu gosto, são sempre ´fraquinhos ou quase nulos. . Um ou outro recital aqui e ali não chega a constituir rotina. Só mesmo depois do Carnaval é que as coisas “pegam no breu” *
Mas, no final de janeiro (31) aconteceu aqui em casa um pequeno Sarau.
Foi uma noite regada a poesia, música e sensibilidade com a presença dos músicos George Domingos, na percussão, Beto Vasconcelos, no violão e do poeta, compositor e músico José Ivanilson que também tocou violão.Nesta noite o Sarau foi um pretexto cultural para reunir os visitantes,comemorar o aniversário da cidade de São Paulo (pois era a semana e mês da Cidade), e o aniversário de Margarete Barbosa, minha amiga pessoal e esposa amorosa do José Ivanilson. Dessa forma, o Sarau teve uma finalidade múltipla.Abriu com poesia, mais especificamente com a Literatura de Cordel. O compositor e poeta José Ivanilson apresentou alguns de seus cordéis, e em seguida passou-se à cantoria. Todas as músicas foram de sua autoria. Foi acompanhado dos músicos George Domingos e Beto Vasconcelos e também por todos os convidados.José Ivanilson tem um estilo musical marcado pelos diversos ritmos da Música Brasileira. Suas composições trazem diversos ritmos como o baião, forró, o samba, a bossa nova, a canção com muita sensibilidade e poética.Depois dessa musica, surpresas. Em fevereiro (17) Tsumie (aquela japonesinha com a qual tenho toda uma história de sincronicidade que já contei) me convidou para uma novidade na cidade: ópera em cinema, um projeto de transmissões em cinema, de óperas do Metropolitan Opera House de Nova York. A primeira ópera seria ORFEU de Gluck.Dos mitos gregos, o de ORFEU E EURIDICE é para mim o mais significativo. Fala de amor, que vai alem da morte, fala de musica através da lira de Orfeu, fala de escolhas.Na Casa das Rosas em 2007, fiz um curso só sobre esse mito. Vimos textos grego e latino no original, vimos como óperas tradicionais de Monteverdi e Gluck, muito diferentes uma da outra.
Teatro com Orfeu da Conceição de Vinicius de Moraes; filmes O Orfeu Negro de Marcel Camus, Orphée de Jean Cocteau, Orfeu de Carlos DieguesManeiras variadas de apresentar o mito; algumas começando com Eurídice já morta; outras com Eurídice e Orfeu se casando dando visibilidade a Himeneu, outras com a musa da memória Mnemósine dando a Orfeu a opção do esquecimento ou da continuidade do amor; umas com um final feliz à la Holliwood, outras com Orfeu sendo picadinho pelas bacantes (porque não as quis) e jogado no rio. Interpretações pessoais e temporais. Esta do cinema é uma novidade e bem atual. Usando o comentário de João Luiz Sampaio “é um espetáculo visualmente muito bonito com uma linguagem contemporânea que em nada briga com o mito do jovem amante que ajudado pelo Amor, desce à profundezas em busca da amada morta”
Fui, gostei e como primeiro espetáculo grandioso do ano, valeu.
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Sexta-feira, 20 de Março de 2009

EU NO TOPBLOG (SEM SAIR DESTE, É CLARO...)
Nesta nossa cidade sempre estão acontecendo coisas. Sempre novidades, sempre com gente jovem envolvida em moderna tecnologia.
Desta vez a novidade responde pelo nome de TOPBLOG.TOPBLOG é uma iniciativa do MixMd, divisão de mídia digital da Mix Comunicações: rádio, TV e Internet, que pertence ao Grupo OBJETIVO/UNIP.Algumas pessoas foram convidadas para serem colunistas no portal de conteudo participativo e entre elas estou eu a "dona" de uma área desse blog. Mais conhecida como Vovó Neuza, posso ser encontrada no portal do TOPBLOG em METROPOLE. Já postei alguns conteudos e espero que vocês leiam, principalmente comentem e a partir do dia 04 de maio entrem na votação.TOPBLOG é uma grande rede de divulgação pela Internet. Você pode inscrever seu Blog e participar do TOPBLOG PREMIO mediante votação popular e acadêmicaAcesse o endereço www.topblog.com.br e terá todas as informações.Estou bastante entusiasmada porque é mais uma via de divulgação de histórias da cidade de São Paulo de antes e de agora.E mais do que tudo, TOPBLOG é um sistema interativo de cultura.
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Segunda-feira, 16 de Março de 2009

IL VERO TEMPERO ITALIANO
Temperos especiais sempre foram o diferencial da macarronada da nona Gema aos domingos da casa de Vittorio.- Gio, Enrico, ta na hora do futebol do campinho.- Tamo indo pai. Estou acabando de amarrar a chuteira. Sei não. É nova e acho que vai machucar.- - Não vem com desculpa não Gio. Não põe a culpa na chuteira de engolir algum “frango”E lá se vão os três, pai e filhos, para o programa das manhãs de domingo.Enquanto isso...A nona Gemma já levantou cedo e começou logo a preparar a “macarronada”. Hoje não vai usar músculo, como faz nos domingos normais. Hoje é um domingo especial, festejam o aniversário do Vittorio, o filho italiano que imigrou para o Brasil trazendo a mãe, a nona Gemma.Hoje ela vai fazer “bracciola” e no capricho. Muitas, porque como bons napolitanos eles comem bem e devem precisam ficar satisfeitos.Ela usa seus temperos habituais, mistura que só ela conhece e que não conta pra ninguém pra não passar o segredo da Macarronada da nona Gemma que é o seu orgulho. Todos vêm da Itália e ela tem o seu estoque. Mas hoje, vai usar um especial que chegou na semana. Deve ser coisa fina porque uma ânfora dourada é a embalagem e a quantidade é pequena.- Meno male. Io no volho condimento de qüi .Coloca as “bracciolas” para fritar, em fogo baixo, virando sempre para não passar do ponto. Só se dá por satisfeita quando a carne já está dourada. Desliga o fogo e vai cuidar dos tomates. Tem que ser maduros, no ponto. Ferve-os um tempo (se recusa a usar panela de pressão. Acha que esses modernismos mudam o gosto dos alimentos) Quando estão moles, passa-os em uma peneira onde só ficam as peles. Junta então o creme de tomates às “bracciolas” e vai cozinhando o molho devagar, muito devagar, sempre em fogo baixo. Vai mantendo a “grossura” que só ela sabe. Nem que use a manhã inteira, mas o “ponto” é importante.A filha de Dona Gemma, a Giuseppina (Pina para os de casa) nem se preocupa com o almoço de domingo. Já se aprontou com suas melhores roupas, embonecou as filhas que já são mocinhas - a Rosa e a Teresa - e foram à missa. O casal tem quatro filhos. Depois das duas meninas, não houve jeito de convencer Vittorio a parar. Queria porque queria tentar um filho homem e para garantia vieram os gêmeos Giovanni e Enrico.As mulheres puseram em dia as fofocas da região em conversa com as “comadres”.Meio dia, Uma hora. Todos em casa. Pai e meninos, frustrados pela perda do time em que jogam no campinho de várzea, tomam banho para lavar o desgosto e o suor conseguido nos 90 minutos de jogo. E estão mortos de fome.Mesa arrumada por Giuseppina e as mocinhas, salada bem colorida para completar o vermelho da macarronada. Mas, só será comida depois do macarrão. Senão, ele esfria e perde a graça. Garrafa de vinho indispensável. E tem que ser italiano mesmo que isso pese bastante no bolso.Dona Gemma está vigiando o macarrão para que fique “al dente”.Os seis a postos na mesa e eis que chega a matriarca, aplaudida pela bela travessa da Macarronada da nona- Nunca esteve tão boa Mama - comenta Vittorio.Acho que a senhora caprichou mais por ser o meu aniversário.- No!!! Io só usó questo condimento che arrivò la semana passata.- Está bom mesmo – confirmam Gio e Enrico, sempre com as mesmas opiniões como bons gêmeos.E a nora Pina não pode deixar de agradar a “sogra” embora com uma pontinha de ciúmes pelos dotes culinários daquela.- Está mesmo especial, Signora Gemma.Não sobra um fio de macarrão e ainda todos enxugam o molho do prato com o miolo do - claro – pão italiano. Garrafa de vinho está vazia. Ainda bem que os pequenos só tomam sangria e os três adultos têm mais vinho para eles.Bolo de aniversário também especial. É uma “crostata”, uma torta com geléia.O casal vai fazer seu descanso dominical, quem sabe comemorar a dois o aniversário, e nona Gemma com as meninas vão para a cozinha colocar tudo em ordem. Os meninos – herdando o machismo do pai – nem pensam em ajudar.A noite termina com um café com “sfogliatella” só para fechar a semana, porque todos estavam mais do que satisfeitos.Durante a semana, Dona Gemma estranha que chega carta da Itália. A encomenda já tinha chegado na ânfora dourada, é verdade que sem carta junto, mas isso ela não estranhou. Ela deixa para ler quando todos estiverem em casa.Vittorio começa a ler, vai ficando pálido, assusta a família e dá a eles a notícia de que a Mama de Pina morreu na Itália. Fora “incinerata” e a família de lá estava mandando para a daqui um pouco de suas cinzas. A ânfora era igual a todas da família para que fosse colocada em lugar de honra da casa.Então, Giovanni gritou:- Mangiamo la nona!! Mangiamo la nona!!Imagine o leitor a reação da família.Agora estava explicado porque a macarronada do aniversário era tão especial.Novembro de 2005
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CONVERSINHA - um continho despretencioso
Cenário – escritório da repórter de um grande jornal de uma grande cidade.Tempos – Atualidade – dia de APAGÃOPersonagens- lápis e papelLápis conversando com o papel:- Ufa!!! Estou cansado. Sabe o que eu fiz até agora? Fui usado para escrever uma reportagem que minha dona tinha que entregar sem falta ao jornal onde trabalha. Encheu várias folhas de papel no bloco onde vc estava.- Estranho respondeu o papel. Ela nunca faz isso. Sempre usa o computador e nem me usa. Não imprime nada. Manda direto via e-mail.- Pois é, mas hoje aconteceu um APAGÃO. Faltou luz em grande parte da cidade e ela teve que voltar aos velhos tempos de lápis e papel. E então aproveitou para escrever sobre o que está acontecendo na terra. E saiu um bom artigo só que enquanto ela escrevia eu fui sentindo aquele friozinho na barriga, aquela sensação de tudo o que ela escrevia dizia respeito também a mim. Sou de madeira e pelo que ela diz, sou uma espécie em extinção. Daqui a alguns anos não haverá mais madeira para nada. O Homem vai ter consumido tudo. Que saudades do tempo em que eu era importante, tinha até nomes. Podia ser um John Faber, um Fritz Johansen...E tinha a minha amiga caneta, também de madeira,com pena de aço toda orgulhosa se lambuzando de tinta para formar palavras. .- Então também não vai haver mais papel? Estou em extinção também? E nem sou reciclado. Sou feito mesmo do eucalipto verdinho derrubado sem dó e triturado em máquinas- Pelo andar da carruagem sim. E atente para o artigo dela: a carruagem está andando depressa demais. Nem é mais carruagem é um Formula I turbinado. Veja só. Fomos usados por causa do APAGÃO e ele foi conseqüência de todas as bobagens que o homem faz. Gasta eletricidade demais, não prevê o futuro, a terra está esquentando cada vez mais, mais e mais aparelhos de ar condicionado são instalados. Por isso, panes acontecem. Há outras coisas aterrorizantes acontecendo. Sem trigo, sem arroz, sem.....não haverá comida para tanta gente. E aí? Até a natureza está revoltada mandando os Tsunamis, Katrinas e outras “catástrofes” mais.E o papel, mais branco ainda do que já era, com medo do seu futuro:- Chega. Chega. Que Horror. Já estou tremendo nas bases só de pensar.O lápis, pensativo, quer fazer alguma coisa.- Posso escrever uma coisa sobre você?- Claro – “Papel aceita tudo” Use e abuse de mim.SOCORRO!!!! SOCORRO!!!QUEREMOS CONTINUAR A FAZER PARTE DO MUNDONOSSA “MÃE” MADEIRA ESTÁ ACABANDO. DE QUE SEREMOS FEITOS NO FUTURO? SE É QUE TEMOS FUTURO.
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Segunda-feira, 9 de Março de 2009

A VIDA É UM ETERNO APRENDER
Desculpem o lugar comum, mas é uma verdade. Às vezes o que aprendemos parece que não serve para nada. Engano. O que aprendi hoje serviu pelo menos para que eu escrevesse alguma coisa. Ando tão envolvida em trabalho que esqueço de “abastecer” meu Blog.Aprendi hoje uma palavra nova : MEGA-SELLERS graças a uma crônica de Ruy Castro que eu leio sempre com prazer.Aplicado a livros significa o titulo que vende milhões e não mais milhares. Estrangeiros ou brasileiros eles estão aí e me causam arrepio. Até li alguns pelo menos para opinar. Outros não consegui ler senão as primeiras páginas.Vender milhões de livros não quer dizer que milhões são lidos. Muitos – mas muitos mesmo - compram porque é símbolo de status (status cultural?), outros para figurar nas estantes apenas.
Conheço não poucas pessoas que compram os ainda best-sellers e nunca sequer o abriram. Não entendem que quanto mais amassado, mais manuseado, melhor o livro foi “degustado”Do livro do garoto de óculos nem cheguei perto, porque foi tanto o “auê” gerado em torno dele que simplesmente perdi a vontade. De um certo P.C. li apenas o primeiro, cheguei ao fim a duras penas e não consegui ler mais nenhum.E por aí vai.Não sou critica literária, não entendo de Literatura tanto quanto eu gostaria, mas ao longo destes meus quase 79 anos construí meu gosto pessoal. E é esse que eu uso.Será que ainda chego a um tempo em que teremos GIGA-SELLERS vendidos aos bilhões?
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Terça-feira, 3 de Março de 2009

SOBRE A CASA DAS ROSAS
Temos o apoio de il Pastaio (que também está na Casa das Rosas) para o chá com bolinho.
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Um comentário:

  1. gente achei um novo bug de ganhar 50c vc procura pelo quarto: 50cgratis e coloque 5 ou 10câmcios e fale seu nome rapidamente e vai apareser 50 moedas gratis ! !

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